Boa parte dos eleitores da cidade de Carington, na província de Ontario, no sudeste do Canadá, está desolada. O cão Labrador Genny, de três anos, saiu da disputa eleitoral para o cargo de prefeito, apesar de favorito nas pesquisas. A Justiça barrou o cachorro por motivo de gênero e espécie. As autoridades demoraram, mas enfim concluíram em anúncio oficial que Genny tem quatro patas, não sabe ler nem escrever e não é um homo sapiens. Por isso, não pode concorrer ao posto máximo no município.
Marven Whidde, dono do cão político, está indignado e promete recorrer até a última instância possível no país.
- Ele é muito querido em Carrington. Bem mais que os homens públicos do município, disse Whidde.
A cidade de 78 mil habitantes conheceu a plataforma política de Genny por meio do blog de seu amado proprietário. Quando anunciou que estava querendo registrar o labrador no pleito, o canadense recebeu milhares de mensagens – algumas vieram até da Índia.
Whidde está organizando um abaixo-assinado para entregar aos magistrados. Espera comover os juízes e fazê-los mudar de ideia.
- Ninguém aguenta mais os políticos tradicionais, bradou Whidde, que está trabalhando muito no seu plano B para eleger o cão em outubro de 2010, quando ocorre a votação para prefeito.
- Desculpem, mas não aceitamos cães na disputa eleitoral. Ele não é uma pessoa, decretou friamente Patti Barrie, porta-voz da Justiça local.
A discussão canina em Carrington pode esquentar ainda mais. O incansável Whidde, engenheiro elétrico, avisou que tem energia até para organizar uma passeata. Só não promete um discurso de Genny. Alguns latidos serão suficientes para deixar a massa bem feliz.
- Quem precisa de mais promessas?, questiona Whidde, que latirá até o fim para ver seu cão na corrida pelo posto de prefeito.
26 abril 2010
Cão popular sai de corrida eleitoral para prefeito
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